GOVERNO DO ESTADO DO CEARÁ

Site da prefeitura

Fundação: 17/01/1997

Emancipação Política: 17/01

Gentílico: CEARENSE

Unidade Federatíva: CE

Mesoregião: NORTE

Microregião: REGIÃO NORDESTE

Origem
O Ceará é uma das 27 unidades federativas do Brasil. Está situado no norte da Região Nordeste, faz divisa com Rio Grande do Norte e Paraíba a leste, Pernambuco ao sul e Piauí a oeste, além de ser banhado pelo Oceano Atlântico a norte e nordeste. Sua área total é de 148 894,442 km²,[2] ocupando 9,37% da área do Nordeste e 1,74% da superfície do Brasil. De acordo com o Censo do IBGE, a população do estado em 2022 era de 8.794.957 habitantes, sendo o oitavo estado mais populoso do país.[2]

A capital e município mais populoso é Fortaleza, sede da Região Metropolitana de Fortaleza (RMF). Fora dela, cidades importantes fora da Região Metropolitana de Fortaleza são: Juazeiro do Norte e Crato, na Região Metropolitana do Cariri; Sobral, sede da Região Metropolitana de Sobral; Itapipoca, na região norte; Iguatu, na região centro-sul; Aracati, na região do Vale do Jaguaribe; e Quixadá, Iguatu e Crateús na região dos Sertões Cearenses. Na RMF, cidades importantes como Caucaia, Horizonte, Maranguape e Maracanaú, sede do Complexo Industrial e Portuário do Pecém, incrementam o Produto Interno Bruto cearense. O estado possui ao todo 184 municípios.[8]

História
Por volta de 10.000 AP (Antes do Presente), o interior do atual estado do Ceará já estava densamente habitado por grupos de caçadores-coletores que disputavam os recursos nos ambientes sertanejos e serranos. Já o povoamento da zona costeira pode ter iniciado há 5.000 AP. Essa idade foi estabelecida a partir de datações de restos alimentares marinhos associados à cerâmicas e ferramentas líticas encontrados na praia de Sabiaguaba, no litoral do município de Fortaleza.[18]

O Ceará era habitado ancestralmente por povos indígenas dos troncos Tupi (Tabajara, Potyguara, Tapeba, entre outros) e Jê (Kariri, Inhamum, Jucá, Kanindé, Tremembé, Karatius, entre outros), cujas tribos ainda hoje denominam vários topônimos no estado.[19]

De acordo com algumas teorias, o navegador espanhol Vicente Yáñez Pinzón teria desembarcado na costa cearense — e não no Cabo de Santo Agostinho em Pernambuco como diz a versão tradicional — antes da viagem de Pedro Álvares Cabral ao Brasil.[20][21] Pinzón chegou a um cabo identificado como Porto Formoso, que se acredita ser o Mucuripe, e Diego de Lepe, à barra do rio Ceará, em Fortaleza. A chegada de Pinzón ao Ceará é debatida e defendida entre as possibilidades do controverso descobrimento pré-cabralino do Brasil.[22][23][24] Essas descobertas, contudo, não puderam ser reivindicadas pela Espanha em decorrência do Tratado de Tordesilhas, de 1494.[25]

As terras equivalentes à Capitania do Ceará foram doadas em 20 de novembro de 1535 ao provedor-mor da Fazenda Real, Antônio Cardoso de Barros, subalterno de Fernão Álvares de Andrade e de D. Antônio de Ataíde. Porém, Antônio Cardoso não se interessou em colonizá-las.[26] Os franceses, que já negociavam âmbar-gris, as tatajubas, a pimenta e o algodão nativo com os povos indígenas, foram os primeiros europeus a se estabelecerem no Ceará.[27] Em 1590, eles fundaram a Feitoria da Ibiapaba. Os holandeses também já negociavam com os nativos cearenses, a exemplo do capitão Jean Baptista Sijens, que esteve no Mucuripe em 1600.[28][29]

Entre 1597 e 1598, um ramo da etnia potiguara, que habitava a região ao redor da Fortaleza dos Reis Magos, migrou e se fixou na região entre as margens dos rios Cocó e Ceará e nos sopés ao norte das serras de Pacatuba e Maranguape.[28]

Graças ao contatos mantidos entre os índios Potyguara e portugueses, estes últimos planejaram chegar ao Ceará e estabelecer um ponto de apoio na jornada para os Maranhão. Desta forma, a primeira tentativa efetiva de colonização portuguesa ocorreu com Pero Coelho de Sousa em 1603, que fundou o Forte de São Tiago na Barra do Ceará. Em 1605, porém, sobreveio a primeira seca registrada na história cearense,[30][31] fazendo com que Pero Coelho e sua família abandonassem o Ceará. Depois da partida, os padres jesuítas Francisco Pinto e Luís Figueira chegaram ao Ceará com o intuito de evangelizar os silvícolas. Avançaram até a Chapada da Ibiapaba, onde ficaram até a morte do padre Francisco Pinto. O padre Luís Figueira retornou a Pernambuco em 1608, sem grandes sucessos.[32]

Em 1612, uma nova expedição portuguesa foi enviada como parte dos esforços de conquista do Maranhão, então dominado pelos franceses. Fez parte desta jornada Martim Soares Moreno, que fundou o Fortim de São Sebastião, também na Barra do Ceará. Ao retornar, em 1621, encontrou o forte destruído, mas lançou as bases para o início da exploração econômica pelos portugueses e a convivência com os nativos.[33][34]

Cultura
O governo do Ceará criou a primeira secretaria estadual de cultura do Brasil, em 1966.

A cultura cearense tem como base essencialmente as culturas europeia e ameríndia, de forte tradição sertaneja e também influência afro-brasileira. Quando da introdução da cultura portuguesa no Ceará, ao longo do século XVII, os índios já produziam diversificado artesanato a partir de vegetais como o cipó e a carnaúba, bem como dominavam técnicas primitivas de tecelagem do algodão,[243] inclusive tingindo os tecidos de vermelho com a casca da aroeira.[244]

Com origens portuguesas e relevante influência indígena, têm destaque a produção de redes com os mais diversos bordados e formas e intrincadas rendas feitas em bilros, talvez o maior destaque da produção artesanal cearense, sendo uma arte tradicional no Ceará desde meados do século XVIII.[245] As rendas e os labirintos possuem maior destaque nas imediações do litoral, enquanto o interior se destaca mais pelos bordados.

O movimento de maior destaque na história da pintura cearense foi o modernismo, com o surgimento da Sociedade Cearense de Artes Plásticas, em 1944, que reuniu vários pintores como Antônio Bandeira, Otacílio de Azevedo, Aldemir Martins, Inimá de Paula, Zenon Barreto e outros.[247]

Na segunda metade do século XX, o suíço Jean-Pierre Chabloz, em passagem pelo Ceará, descobriu a arte do acreano de origem cearense Chico da Silva no Pirambu, retratando figuras primitivas de dragões e outros animais com carvão e tinta guache. Seu estilo foi classificado como arte naïf e teve grande destaque até a década de 1980. No final do século XX, o pintor Leonilson foi o maior destaque cearense na pintura.[248]

O Ceará se tornou conhecido nacionalmente como berço de talentos humorísticos como Chico Anysio, Renato Aragão, Tom Cavalcante e Tiririca, dentre vários outros. Embora a percepção de que há um Ceará moleque como verdadeira identidade do povo cearense seja controversa, a história do estado é repleta de casos verídicos e curiosos que parecem corroborar com essa ideia. Destacam-se, sobretudo, figuras populares como o Bode Ioiô, que era famoso em Fortaleza e inclusive foi eleito vereador da cidade, e o Seu Lunga, de Juazeiro do Norte, famoso pela sua intolerância com perguntas óbvias, assim como eventos como a vaia ao sol, também em Fortaleza, depois de quase um dia inteiro de céu nublado na cidade

A literatura cearense foi sempre caracterizada por florescer em torno de grupos literários. O primeiro desses grupos de desenvolvimento literário foi Os Oiteiros, que, embora mantendo os padrões típicos do Arcadismo, soube encontrar uma cor local para descrever o fugere urbem e o carpe diem típicos daquela escola.[253] No final do século XIX, surgiu a Padaria Espiritual, uma agremiação cultural formada por jovens escritores, pintores e músicos. Vários autores criticavam as instituições e valores então vigentes com discurso irônico, irreverência, espírito crítico e sincretismo literário.[255] Para alguns críticos literários e historiadores, essa agremiação pode ser considerada um movimento pré-modernista que já apresentava alguns aspectos do Modernismo, que só surgiria com força em São Paulo em 1922. Contemporânea à Padaria Espiritual, a Academia Cearense de Letras foi fundada em 1894 sendo uma das principais instituições literárias do estado, congregando alguns dos nomes mais ilustres da literatura estadual.

O gênero musical mais identificado com o Ceará é o forró, em suas variadas formas, notadamente o tradicional forró pé-de-serra. Nos anos 1940, o cearense Humberto Teixeira formou uma famosa parceria com o pernambucano Luiz Gonzaga, criando o baião, que se tornou muito apreciado.[260] Uma das principais tradições da música cearense - e, principalmente, do Cariri - são também as bandas cabaçais, que utilizam pífanos, zabumbas e pratos e frequentemente fazem acompanhar sua música com movimentos e acrobacias com facões, com destaque para a Banda Cabaçal dos Irmãos Aniceto. Outros representantes tradicionais da música cearense são os seresteiros e repentistas. Dos anos 1980 em diante, cresceu bastante o chamado forró eletrônico, que adotou novos instrumentos e absorveu muitas influências de diversos estilos populares, afastando-se um pouco da tradição do "pé-de-serra" e ganhando grande popularidade no estado.[261]

No Ceará, a vaquejada é muito popular e faz parte da raiz cultural cearense. São realizadas anualmente mais de cem vaquejadas, além do hipismo, que também é bastante popular, notadamente em Fortaleza e Sobral, cidades com grande tradição em corridas de cavalo. Sobral tem um dos clubes de hipismo mais antigos do Brasil, o Derby Clube Sobralense fundado em 1871.[267] O Jockey Club Cearense, em Fortaleza, é outro centro tradicional de turfe no Ceará.[268]

O futebol é o esporte mais popular no estado. O Estádio Castelão é um dos maiores do Brasil e abriga os principais jogos do Campeonato Cearense de Futebol. Na capital, os principais clubes são Ceará Sporting Club, Ferroviário Atlético Clube e Fortaleza Esporte Clube. No interior, Guarani Esporte Clube, Guarany Sporting Club e Associação Desportiva Recreativa Cultural Icasa são os mais bem sucedidos. Com a escolha do Brasil para sediar a Copa do Mundo FIFA de 2014, a cidade de fortaleza sagrou-se como uma das sedes mais bem organizadas do torneio, além de ter sido uma das com maior movimentação turística estrangeira, a partir do esforço conjunto do Governo do Ceará e da Prefeitura de Fortaleza. No futebol de salão, o Ceará foi destaque durante o início da Taça Brasil de Futsal com o time Sumov Atlético Clube. Em decorrência de sua importância para o esporte, o estado é sede da Confederação Brasileira de Futebol de Salão.[269]

O Ceará foi o primeiro estado do Nordeste a ter um pista de automobilismo[270] com a construção do Autódromo Internacional Virgílio Távora em 1969. Atualmente, abriga provas de várias categorias nacionais e locais tais, como Fórmula Truck, Pick-up Racing, Fórmula 3 e CTM2000. O motociclismo tem seu espaço em várias modalidades, mas as categorias de rali são as mais populares, inclusive no automobilismo, com o Rally dos Sertões, evento que desperta interesse e audiência significativos do povo cearense.

O Miss Ceará é um dos eventos de maior tradição do estado. Sua primeira edição ocorreu em 1955, e logo com a eleição de Emília Barreto Correia Lima como Miss Brasil, segunda eleita na história do concurso.[277] Outra Miss Brasil do Ceará foi Flávia Cavalcanti Rebelo, apesar de ser natural de Salvador, representava o Ceará na competição nacional. Vanessa Vidal, Miss Ceará de 2008, ficou em segundo lugar e foi a primeira concorrente a Miss Brasil com deficiência auditiva.[278]

O Cine Ceará é um dos mais importantes festivais de cinema do Brasil.[279] Acontece em Fortaleza, anualmente, desde 1991, e, desde 2006, o festival recebe produções internacionais.[280]

Expocrato, oficialmente Exposição Centro Nordestina de Animais e Produtos Derivados, é o maior evento agropecuário do norte-nordeste, com nove dias de duração, realizado anualmente, no mês de julho, no Parque de Exposição Pedro Felício Cavalcanti, na cidade do Crato. Constitui-se basicamente de uma feira agropecuária, com desfile e leilão de animais. Durante o evento, são vendidas bebidas e comidas típicas e apresentados espetáculos musicais.[281]

O Fortal é uma micareta que acontece anualmente desde 1991, sempre no final de julho. Várias outras micaretas menores ocorrem em cidades do interior. Um dos maiores festivais de música pop do Brasil, o Ceará Music, que acontece anualmente desde 2001 reunindo várias bandas nacionais e internacionais.[282]

A maior festa religiosa no Ceará, assim como em grande parte do Nordeste, ocorre em junho, com as festas juninas. Durante esse mês, o forró é o ritmo mais ouvido e tocado em todo o estado[260] e comidas e vestimentas típicas são comuns nas ruas e praças de quase todas as cidades, destacando-se Juazeiro do Norte, com o Juaforró. O carnaval também é outra grande festa, com destaque para as folias organizadas nas cidades litorâneas. Outra grande festa religiosa é o Halleluya que acontece anualmente desde 1995. No setor agropecuário, o evento de destaque no Ceará é a ExpoCrato, considerado o maior evento do gênero no Norte-Nordeste e o quinto maior do país, realizado anualmente na cidade do Crato.[283]

Os dois principais espaços para realização de feiras, eventos e convenções do Ceará são o Centro de Eventos do Ceará, o segundo maior do Brasil, e o Centro de Convenções Edson Queiroz.[284] O Siará Hall é outro importante espaço de eventos do Ceará.

Divisão Política
O estado é governado por três poderes: o Poder Executivo, representado pelo governador do Ceará; o Poder Legislativo, representado pela Assembleia Legislativa do Ceará; e o Poder Judiciário, representado pelo Tribunal de Justiça do Estado do Ceará. O Executivo é exercido pelo governador e todas as secretarias de estado, órgãos vinculados e a administração indireta. Exemplos de órgãos que integram essa administração são as secretarias da Ciência e Tecnologia, de Educação e da Fazenda, e ainda o Departamento de Edificações e Rodovias. A administração indireta é feita por autarquias, empresas públicas e fundações, tais como a Escola de Saúde Pública do Ceará, a Companhia de Água e Esgoto do Ceará e a Fundação Cearense de Apoio ao Desenvolvimento Científico e Tecnológico.[161]

O Poder Legislativo é exercido pela Assembleia Legislativa do Ceará, que é composta por 46 deputados.[162] O legislativo estadual fiscaliza as contas públicas do executivo, bem como aprova e regula todas as leis com jurisdição no território do Ceará. A TV Assembleia é um órgão de comunicação da assembleia do Ceará, que divulga as ações desta instituição. Na função de fiscal das atividades do poder executivo, a assembleia do Ceará é auxiliada por dois tribunais de contas, o Tribunal de Contas do Estado do Ceará, fiscal do governo estadual, e Tribunal de Contas dos Municípios do Estado do Ceará, fiscal das prefeituras, que também auxilia as câmaras municipais nessa tarefa.[163]

O Judiciário cearense tem como instância máxima o Tribunal de Justiça do Estado do Ceará, composto por 27 desembargadores.[164]

Dados de características geográficas

Área: 148.894,44

População estimada: 8794957

Densidade: 59,07

Clima: TROPICAL E SEMIÁRIDO

Fuso Horário: UTC-3

Distância para a capital: 0,00

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